[ start game ] Solaris Reed

PRÓLOGO

Um homem de cabelo branco e vestes igualmente brancas estava sentado, encarando o nada. – O caos é como uma sinfonia. – Ele disse. Sua voz soou tão fria quanto uma lâmina mortal. – Confusa e contraditória, onde o homem inutilmente tenta disciplinar, porém ela se revolta, ela reage criando desordem, medo, levando consigo num mergulho sem volta na profunda escuridão e então, tudo se silencia.

A mulher à sua lateral refletiu. Então perguntou: – E é do Caos que nasce as estrelas, certo? – Fez-se um momento de silencio antes do homem sorrir e responder:

– Está na hora de trazer a ordem a partir do caos. Criarei um universo onde os “fracos e incompletos” não terão nenhuma oportunidade de existir.

As costas doíam, os braços estavam um pouco dormentes e tudo por que Solaris dormira no chão, entre os arbustos. Era o segundo dia da garota em Sinnoh e não fazia ideia de onde estava; só sabia que o navio que pegou para levá-la ali, lhe custou metade das suas economias e, o pior, a deixaram sem informações da área. Aquele lugar era tão pequeno quanto Cianwood — sua cidade natal. Estremeceu só de lembrar dela. Rastejou para fora da copa de folhas, caindo no piso de pedra. Levantou-se num pulo ágil e tirou às pressas as folhas e galhos presos no cabelo e na roupa. Deu leves palmadinhas nas vestes e, por fim, arrumou a mochila nos ombros.

Teria que arranjar outro lugar para dormir, se não, seu corpo mal aguentaria o início da jornada, pensou enquanto estalava o pescoço. Puxou o capuz com orelhas de gato para frente e, caminhou para o centro da cidade. O céu azulado ganhava pequenas manchas alaranjadas da manhãzinha. Os tons que se entremeavam harmoniosamente recaiam acima das casas simples como um manto. Um vento gélido soprou fazendo as antigas arvores ao redor balançarem e exibindo um som diferente daquela que está acostumada; da água tocando a areia.

O longo inverno estava próximo do fim. As plantas brotavam e os pequenos pokémon rompiam de suas tocas. Mesmo comtemplando esse cenário fascinante, a feição da garota não mudara. Era conhecida por ter um semblante indomável, também chamada de poker face. Mas, nunca se preocupou com esses detalhes, por ser filha do líder do ginásio, ninguém intentou julgá-la.

— Tenho que arranjar um mapa. — Murmurou. Era a primeira coisa que deveria fazer. Se estivesse em um jogo, o mapa estaria exposto na tela, no entanto, na vida real, a questão era muito mais difícil. Os ombros encolheram só de pensar que teria que procurar uma loja também. Quando achava que a situação não podia piorar sua barriga ronca tão alto quanto o rugido de um Tauros. Sentia que os restantes das suas forças sumiam lentamente. — Guh... O que será de mim...

Solaris tinha comido o ultimo petisco surrupiado da sua casa antes da fuga, agora, não possuía nem migalhas de pão. Entre resmungos e lamentos, chutou por acaso uma pequena fruta amarela. — Hm? — Pegou-a com certo receio e a examinou. De imediato, identificou o delicioso aroma doce. — É comestível! — Exultou. — ... eu acho. — Ela a limpava com a manga do casaco à medida que sua barriga se queixava, impaciente. Olhou para todos os lados, feito uma gata à espreita de uma presa. Viu duas mulheres conversando, mas nenhuma delas repararam-na.

— Você soube das novidades? Os pokémon iniciais do laboratório do Professor Rowan fugiram. — Falou a primeira, absorta na própria história.

A outra balançou a cabeça em negativa, e respondeu tão amarga quanto pôde: — Eu escutei querida! Mas isso não é novidade. Parece até que aqueles assistentes não conseguem fazer seu devido trabalho. A novidade é que um deles começou a roubar as frutas da feira. Já basta termos pokémon enlouquecidos na floresta, agora isso. Aonde este mundo vai parar.

Solaris sequer prestou atenção na conversa das duas mulheres, a fome era mais importante que uma fofoca. No momento em que iria mordê-la, notou uma outra fruta, dessa vez de cor e formato diferente. Será que era comestível também? Para a sua surpresa e felicidade, havia outras adiante dessa.

As sobrancelhas arqueadas quase formaram um nó na testa da jovem. Ela não entendia o porquê de as frutas formarem uma trilha para dentro floresta, mas chegou à conclusão que, deveria ser uma ação divina de Arceus, por todo o sofrimento que passara. Cantarolando, catou-as com diligência, adentrando mais e mais na floresta. Conforme seguia, chegou a uma clareira e, logo avistou um pequeno pokémon「Chimchar」adormecido; cercado por uma montanha de frutas incomuns. — Que pokémon é esse? — Sussurrou mais baixo que o vento. Era a primeira vez que via um pokémon de Sinnoh, e o achou muito bonitinho. Captou que as frutas que segurava eram parecidas com as dele. “Mas... ele já tem tantas... não vai se importar se eu as pegar para mim, não é? Em parte, ele deixou-as para trás... isso significa que não liga para elas. Hum Hum, você está completamente certa Solaris.” Acabou em mais uma conclusão precipitada.

Sem a noção do perigo, locomoveu-se com extremo cuidado, ficando próximo dele. “Ele é do tipo fogo?” Solaris ansiou ter um pokedéx para analisa-lo. Então, sem aviso prévio, dois enormes orbes marrons encontram com os seus olhos, e por um momento, ficaram se encarando até que Chimchar guinchou e intentou um ataque. Solaris foi obrigada a se jogar para trás, caindo de bunda no chão. — Ai ai! Por que fez isso? — Proferiu irritada. Derrubou todas as frutas na queda. Em pé, Chimchar rosnava e batia o pé como que a jovem tivesse entrando indevidamente em seu território. — Eu não vou roubá-las! Eu já tenho as minhas! — Retrucou, deduzindo o motivo de tanta reclamação. No entanto, o resultado foi o oposto. Logo que Chimchar percebeu as frutas, guinchou mais fervorosamente. — O que? Você as quer de volta? Deixa de ser guloso. Você as deixou cair e não percebeu, não é? Não tem volta, agora são minhas. Hmph!

Os dois começaram a discutir, porém foram interrompidos por um tremor. Vinha de alguma parte mais profundo da floresta. Houve mais um tremor e, em seguida um grito ecoou. Um grito muito humano e um muito aterrorizado. Os dois congelaram, observando de olhos arregalados a relva. Numa fração de segundos, um menino de jaleco branco irrompe através da copa das arvores. Sem controle das pernas, ele tropeça no nada e desliza de cara até a dupla. Tossindo, o garoto foi o primeiro a quebrar o silêncio. Abriu os olhos e, drasticamente, sua expressão mudou para uma careta. — Você! — Apontou para Chimchar. — Estive te procurando por toda a floresta! Por Arceus! De onde tirou esse montão de frutas?! — Mesmo sem fôlego, o garoto não parava de gritar. Parecia ter esquecido que, há um minuto atrás corria pela própria vida.

O que chamou mais a atenção de Solaris foram os olhos amarelos, contratavam com as mechas negras, mas agora estava desgrenhado e sujo de teia de aranha. Arfando, a fitou e franziu o cenho. — E quem é você?! E porque está com o Chimchar? Pretendia levá-lo, hein?

Era tantas perguntas que Solaris não sabia a qual responder primeiro, contudo, seu jeito petulante começava a irritá-la. Foi então que Rhyhorn apareceu do mesmo lugar de onde o menino viera. O enorme pokémon deixara um rastro de destruição na relva; arvores grandes e pequenas foram arrancadas das raízes e esmagadas ao ponto de tornar-se uma só com o chão. Ele levantava e abaixava a cabeça de forma abrupta, parecia que alguma coisa o importunava. O corpo de Solaris ficou tenso. Aquele pokémon era comum em Johto, mas ela nunca estivera tão perto de um.

— Cuidado, esse Rhyhorn está descontrolado! — Gritou enquanto se levantava. Nesse mesmo instante, o pokémon de pedra investiu. O trio desvia, mas as frutas foram esmagadas no caminho.

— Ei! Esse era meu café da manhã e almoço! — Solaris bufava, as bochechas rosadas.

— Como é? Argh! Esqueça as frutas. Veja, no centro do chifre dele tem uma pulseira metálica, acho que é aquilo que está deixando-o descontrolado. — O objeto cintilava quando a luz refletia nele. — E pela direção que está tomando, não vai demorar para chegar na cidade. Será um desastre se isso acontecer. Se eu pelo menos estivesse com o meu poké---

— Chimchar certo? — Solaris nem mesmo o escutava. Seus sentimentos, e principalmente, os sentimentos do seu estomago foram feridos. — O que acha de nos vingarmos pela nossa comida, aceita? — Perguntou, séria. De início Chimchar mostrou-se indiferente, mas não demorou para exibir o par de dentes afiados e o sorriso provocador. — Ótimo!

— Espera, por acaso ouviu o que acabei de falar? Você não conseguirá.... Ei! Não me ignore! E que pose é essa?

— Chegou a sua hora Rhyhorn, desista! — A jovem apontou para ele e como que tivesse entendido, Rhyhorn assumiu uma postura mais perigosa, afiava seu chifre antes de iniciar o trote. Solaris enxergava a batalha como um jogo. Cada elemento tinha uma função, e todo adversário uma fraqueza, e a fraqueza dele era o colar metálico. De repente, a jovem deslumbra um Chimchar fascinado pelo furor da batalha. O coração palpitava tão forte que parecia querer sair do peito. Um estranho sentimento se assolava dentro de si. — Pelo seu porte é ágil, então... use sua agilidade!

Chimchar ululou. Saltou no mesmo instante em que o oponente avançou. À medida que se movia, levantava as pernas no ar, rodopiava e depois saltava de novo, quase de forma automática. Exibia-se meio zombeteiro, deixava Rhyhorn muito mais irritado e simultaneamente confuso. — Raiva intensa, confusão e ataques aleatórios esgotam energias mais rápido do que pensamos. — A jovem pensou em voz alta. E foi exatamente o que aconteceu. Rhyhorn se desequilibrou, e Chimchar vendo uma chance usou Scratch consecutivamente. No entanto, os golpes acertaram apenas a parte mais dura do corpo. O oponente mesmo sendo pesado, esquivava numa velocidade incrível, com certeza não se deixaria ser derrotado tão facilmente. Então, num movimento inesperado, Rhyhorn agita o chifre para baixo e, revida com um ataque brutal, lançando o pokémon de fogo para trás.

— Chimchar!

Chimchar guincha de dor, e foi obrigado a fazer várias piruetas no ar para não se emborrachar no chão. Solaris arqueia as sobrancelhas, perplexa. Nunca imaginara que uma batalha poderia ser tão feroz. E, se ela não fizesse alguma coisa depressa, veria seu companheiro se machucar ainda mais. Instintivamente mordeu os lábios. “Pense Solaris, pense! Rhyhorn é muito forte, mas não se vence uma luta somente na força bruta... se você apenas usar força bruta, sem usar a inteligência vai ter menos chances de vencer. Porém, somente inteligência e nada de força bruta, nunca iremos vencer... Espera, já sei!”

A garota mal tivera tempo de finalizar o pensamento quando o oponente se apruma a correr outra vez ao percalço de Chimchar. Prendendo o fôlego, gritou: — Evasiva! — Ele oscila, mas no último segundo, saltou, caindo bem perto da jovem. — Consegue continuar? — Perguntou, preocupada. A resposta para a pergunta foi um sorriso atrevido. Por Arceus, Solaris começava a gostar mais e mais dele. — Certo. Tenho uma ideia, só espero que dê certo. Primeiro, use Leer. — Os olhos do monstrinho brilharam ao encarar o adversário. O movimento foi devidamente efetivado e com isso, a defesa do alvo decairia. — Mantenha-se em movimento ao redor dele. Levante poeira o máximo que puder. — Chimchar anui, entendendo o plano.

Disparou e rompeu a pular de um lado para o outro enquanto o outro investia inutilmente o vento. Pouco a pouco, com a ajuda de Rhyhorn uma espessa nuvem de poeira se elevava. — Finalize com Scratch! — Antes que a nuvem desaparecesse por completo, Chimchar atirou-se nas costas do rinoceronte. Num único golpe furioso, consegue quebrar o colar metálico.

Ao se passar um minuto, Rhyhorn volta normal, mesmo confuso e cambaleando, retorna em segurança para a floresta, como se nada tivesse acontecido. Chimchar estava completamente sujo e arfante; se vira para Solaris com a face totalmente iluminada. Seu coração se agitou ao vê-lo daquela forma e, se não estivesse exausta, esgotada e morta de fome, correria até ele. Na mesma hora, o mundo da garota tornou a escurecer, mergulhando num profundo sono.

Solaris não imaginava que em seu segundo dia em Sinnoh entraria numa batalha e desmaiaria de fome. É uma grande mudança para quem começou com o pé esquerdo, certo? Errado. Quando ela desmaiou foi de cara ao chão. Na hora não sentiu nada, mas logo que despertou, a dor foi a primeira a lhe recepcionar. Mas dizem que com uma boa refeição, todos os problemas somem. Isso a garota poderia afirmar. Na verdade, o que a despertou não foi a dor e sim o cheiro de comida.

Minutos depois, a jovem se fartava com a comida oferecida pelo o chefe do laboratório, Professor Rowan. Pelo o que ela escutou, entre uma mordida numa maçã e na broa quente, foi que: Garwin, o menino arrogante, tinha ido à procura dos pokémon fugitivos e acabou encontrando o Rhyhorn descontrolado. O colar metálico que estava preso no chifre dele, produzia uma frequência denominado infrassom, um som muito irritante para o seu tipo, ou algo assim. Seja qual for o nome, Solaris deixou a conversa de lado, já que o menino e o barbudo discutiam fervorosamente.

Garwin olhou para Solaris irritado, e, antes que abrisse a boca para reclamar, Professor Rowan se interpôs. — Eu ouvir de Garwin que fora senhorita que encontrou Chimchar e ainda o usou numa batalha. O que pode me dizer disso? — Solaris o encarou, apática. O que esperava ouvir dela? O garoto já não contou tudo? O que mais queria saber? O homem possuía a mesma expressão indiferente, nada indicava alguma emoção. Ela fitou à sua lateral, Chimchar que também alimentava, retribuiu o olhar. Por fim, ela suspirou.

— Foi pura coincidência... E é isso. — Falou em um dar de ombros. Se levantou da mesa e pegou a mochila de gato. O peso a fez curvar o corpo para frente. Havia guardado algumas frutas quando os dois não estavam olhando. — Só quero fazer uma correção. Eu não usei ele, nós lutamos juntos como aliados. — Professor Rowan ergueu levemente uma sobrancelha. — Bem, vou indo. Obrigada por cuidarem de mim e prazer em conhecê-los. — Disse, logo se direcionando à saída.

— Espere! Quero pedir que leve Chimchar com você. — A jovem congelou na mesma hora em que ouviu aquelas palavras. Franziu o cenho não entendendo os motivos dele. — Vejo que não é uma pessoa de má índole. E, parece que sua presença o deixou mais calmo, além disso, ele já decidiu que quer acompanhá-la. Se eu não o entregar a você, sei tentará fugir outra vez. — Ele tinha razão. O monstrinho a encarava com aqueles enormes orbes marrons de pidão. O barbudo imediatamente entregou a pokébola dele e mais cinco, uma pokédex e um pokétch rosa. — Isso ajudará na sua busca. — Como? Como ele podia saber? Sabedoria da velhice?

— Caso você não saiba, a pokédex é um aparelho de alta tecnologia que possui registro de todas as espécies diferentes de Pokémon que serão encontradas durante a sua viagem. E o pokétech tem ao total o Pokétch possui 25 funcionalidades, incluindo o mapa. Mesmo uma turista não se perderá em Sinnoh.

— Heh, para uma criança você sabe bastante, hein.

— Não se engane, ele é jovem, no entanto... — Professor Rowan nem tivera tempo de terminar falar, Garwin o cortou.

— Agora, você já pode ir. Da próxima vez que nós vermos, espero que esteja com algum pokémon forte ou lamentarei pelo desperdício de equipamento que demos a você.

[...]
Solaris descobriu da pior forma que Chimchar não gosta de ficar na pokébola. Fugia de todas as invocações, sendo que na última tentativa, ela lançou a pokébola e ele rebateu, acertando o rosto dela. Péssima ideia. Percorriam a rota 203 e, logo adentraram a uma floresta. Precisava encontrar a montanha na foto da irmã o mais rápido possível. Pensando bem, Solaris poderia ter perguntado a aqueles dois o nome da montanha, mas o tal de Garwin era tão petulante que foi embora de cabeça quente. Não importa, podia encontrar sozinha. Quando passou marchando por uma moita pequena notou um pokémon diferente, quase camuflado com a folhagem. Os dois se encararam e por impulso Solaris se aproximou dele e, usando as duas mãos, puxou a pele verde do mostrinho, esticando-a feito massinha. Irritado pela forma imprudente da garota, usou psywave para se libertar. — Uah! Isso é um pokémon? — Perguntou fascinada. Tirou a pokédex da mochila e apontou.

Solosis: Pokémon Célula. Uma membrana preenchida com fluido rodeia o corpo de Solosis, que permite que ele viva em qualquer ambiente. Ele derrota seus inimigos usando seus formidáveis ataques tipo psíquicos.

— Um tipo psíquico, hm.... Chimchar quer batalhar com ele? — Chimchar anuiu, sorridente. Bufou posicionando-se a frente dela. — Use Fury swipes. — Disparou em um pulo contra Solosis. Elevou os braços no ar e o atacou duas vezes com garras afiadas. Solosis solta um gemido baixo e se afasta. A membrana em torno dele oscila levemente, mas pelo o que jovem contemplou, as garras penetraram na parte exterior como que tivesse acertado a camada de uma gelatina; o ataque não surtiu quase nenhum efeito, só o deixou mais enfurecido. Imediatamente, utilizou psywave para lançar Chimchar para trás. Esse ataque também não resultou muito efeito, mas ele estava apenas começando. No mesmo instante, usou psyshock, dessa vez, arremessando o pokémon de fogo a uma árvore próxima.

Chimchar acertou as costas na árvore e caiu de joelhos no chão. — Chimchar, tudo bem? — Ele maneou a cabeça e expirou fogo, informando-a que estava bem. Solaris mordeu os lábios, pensativa. — Para um pokémon pequeno, você é bem forte e.... esperto. Gostei... estou mais determinada em torna-lo meu companheiro. — Inflou o peito e proferiu: — Chimchar não desista, use Torment. Não deixaremos que ele continue exercendo o mesmo ataque! — Assentiu, concordando. O movimento atormentou o verdinho o suficiente para impossibilitá-lo de usar a mesma técnica. — Ember! — Chim investiu na direção do oponente, e quando achou que estava perto o bastante, encheu o peito e cuspiu brasas de fogo.

Solosis se assustou e intentou desviar, mas mesmo sendo ágil e flexível não pôde mudar a trajetória delas, uma das brasas o atingiu, queimando a borda da camada verde. Ele se balançou de um lado e para o outro choramingando. — Own! Que fofinho! — Chimchar rosna tirando a garota de seus devaneios de pura fofura. — Descupla... Ember novamente. — Do jeito que havia comandado, Chim empregou o ataque mais uma vez, no entanto, o oponente parou de lamentar da dor e rapidamente agiu. Resmungando, envidou Reflect, exibindo uma defesa perfeita. Um escudo circular transparente envolveu todo o seu corpo em menos de um segundo, fazendo as brasas serem repelidas uma por uma.

Solaris ficou de boquiaberta e ao mesmo tempo fascinada ao ver aquele movimento. Nunca vira algo assim em toda a sua vida. Na verdade, era normal assistir batalhas na sua cidade onde se usava mais ações ofensivas do que defensivas. E, Solosis conseguia demonstrar com muita clareza que o melhor ataque é uma boa defesa. Talvez, ele estivesse acostumado a batalhar com pokémon mais fortes e parecia que ganhava mais confiança a cada minuto. Inesperadamente, o pokémon psíquico utiliza psywave e depois rollout. Solosis lançou-se no chão e começou a rolar com a intenção de esmagar o seu alvo.

— Evasiva! — Chimchar esquivou com uma acrobacia desajeitada, porém, foi capaz de desviar. — Retiro-o do chão, rápido, Ember! — Antes de pousar majestosamente no solo, cuspiu várias brasas pelando fogo ao redor do verdinho. Pedra e poeira o atingiram e, sabiamente voltou a levitar. Girou no ar olhando diretamente para Chimchar, como que quisesse mostrar seu sorriso atrevido e, então, usou psyshock. Levou dois segundos completos para que Solaris entendesse a situação; Solosis estava ganhando tempo para poder voltar a usar psyshock. E sabe que se Chimchar for atingido novamente, seria derrotado na mesma hora. Solaris não conseguiu dizer nada, apenas vê-lo ser pego pela onda invisível. Mas Chimchar não parecia querer desistir tão facilmente. Erguia os braços à sua frente enquanto ia sendo empurrado pela onda.

— Aguente firme Chimchar! — O pokémon de fogo rangeu os dentes. Quando deu um passo adiante, perdeu o equilíbrio e quase foi jogado para trás, contudo, usando toda a sua força de vontade empurrou o corpo para frente, e nesse súbito movimento, cravou as unhas no chão. Solosis estava ficando fatigado e, por isso, interrompeu o movimento. Notando a chance, Solaris gritou: — Taunt e Leer! — Os seus olhos brilharam ao encontrar de Solosis, fazendo-o estremecer. Por um instante ficou confuso por não saber o que havia acontecido. — Ele confuso é tão fofinho. — Chimchar rosna chamando pela segunda vez a atenção dela. A jovem pigarreia, voltando ao normal. — Er... onde paramos? Ah, certo. Use Acrobatics enquanto está distraído e depois Flamethrower.

Solosis entrou em pânico, mas com Acrobatics ativado, Chimchar abordou-o várias vezes e era tão rápido que parecia deixar dois rastros para trás. Repentinamente, os dois ficaram frente-a-frente. Mostrando um par de sorriso afiados, enche o peito e assopra no alvo uma intensa explosão de chamas, acertando em cheio o corpo célula. Ele não tinha chances de escapar. Chiou de dor e caiu feito uma bola no chão, atordoado.

Solaris se apressou em pegar uma pokébola da mochila, no compartimento esquerdo, e quando a esfera expandiu na sua mão, lançou-o acima do pokémon caído. Uma luz sugou para dentro e num clique, a bola se fecha, balançando de um lado para outro enquanto piscava. Soou um tilintar curto e baixo e a luz se apaga. Solaris pega a pokébola com delicadeza e se junta a um Chimchar sujo e cansado. — Você fez um ótimo trabalho. Ou melhor, vocês dois foram ótimos. — Falou acariciando a cabeça dele. Decidiu deixar Solosis sair, e ao vê-lo livre, voltou a esticar a camada gelatinosa, e dessa vez sem o uso do psywave. — Que fofo!